sábado, 22 de janeiro de 2011

Falta de Educação é, realmente, um problema?

Para o nosso país? Depende de "para quem".

Abro o jornal e me deparo com a seguinte notícia: "STJ suspende liminar e nega acesso à provas". Ver em Diário do Nordeste.

Mas que vergonha, meu Brasil! Quer dizer que em benefício do ProUni, os milhares de alunos que foram prejudicados pela incompetência do Estado, deverão perder o direito à Justiça (que deveria ser igual para todos)?!

E não só isso: perder um ano de estudos e de expectativas de melhorar de vida. Sabe-se lá o quanto esses milhares de jovens fizeram para ingressar na universidade, os sonhos que tiveram, as horas de estudos, tudo que tiveram que abrir mão para ir em busca de uma vida melhor, os esforços que suas famílias e professores fizeram para preparar estes jovens!

Senhor Ministro da Educação e STJ, as decisões conflitantes entre juízes do país - a outra desculpa para negar a liminar - demonstrarão apenas o quanto de incompetência e despreparo tem o Estado na educação de 'nosso' país. Mas será que é nosso mesmo? Do povo?! Outra questão a se pensar...

Vocês, detentores do poder - nessa nossa ditadura civil silenciosa - precisam dos números do ProUni, para estampar nas capas de jornais e ganhar votos nas próximas eleições, e nossos estudantes humilhados e já desacreditados, precisam de que? Eles precisam de Justiça, Educação e de sonhos - todos esses três sendo levianamente arrancados pelos detentores do Poder.

Ah, só mais uma coisa: não se impressionem, brasileiros, se o futuro desses jovens for no caminho perdido da violência e pobreza ou então, que eles se tornem mantenedores de Governos como esse no poder, pois a ignorância é muito bem-vinda nesse caso!

sábado, 15 de janeiro de 2011

O Caos e a Cura

Enquanto andava pela rua, seguindo meus passos da mesma maneira de antes, nem tão depressa nem tão lento, apenas seguindo, eis que algo acontece e me perturba a paz.

No início, achei que fosse um mal-estar qualquer, destes que dão de vez enquando mesmo, como uma tontura, respiração rápida, vontade de sair dali e ir pra outro lugar, enfim, pensei que fosse apenas uma 'energia ruim' daquele lugar.

Só que, mesmo após ir embora, cumprindo todos os procedimentos de tentar retornar a normalidade, ainda continuei com a sensação de que algo não está bem, e que talvez, só piore. Tais procedimentos, só pra que se possa entender melhor, dizem respeito ao fluir de minhas energias, a troca com o mundo que me cerca e a maneira que me deixo penetrar pelas influências externas: desde um simples pedido de uma pizza, passando pela freqüência de acesso a internet, pisar no chão, escolher o programa de televisão, até mesmo, atender ou não alguns telefonemas. Enfim, todas as coisas que podem de certa maneira contribuir para meu estado/consciência de que algo não está bem, e como já disse, de que pode piorar - e o quanto minhas escolhas/atitudes podem influenciar nesse processo.

E piorou. Antes mesmo que eu pudesse entender o que era, ou porque, ou quanto desse sentimento já estava em mim, foram acontecendo uma seqüência de fatos que me transtornaram ainda mais. Meus pensamentos agora estavam, assim como eu, aflitos. Estava em busca de coerência para tais pensamentos - coisa típica do ser humano, encontrar coerência, equilíbrio, padrões nas coisas - mas, pela situação sentida (ou criada, não sei), tais pensamentos ou sentimentos ou reflexos já não tinham mais uma linha aparente de conexão entre eles, e quase sempre se perdiam ou se direcionavam para um abismo, que me trazia um certo arrepio de medo pela sua natureza.

É como uma onda de incertezas, na qual você precisa se equilibrar em cima de uma tábua segura de lembranças da realidade de outrora (realidade essa que passa a ser questionada) para que não se afogue em um mar de desespero e solidão. E caso não se equilibre direito, podem acontecer coisas de tirar o fôlego. E aconteceram.

Foram saindo do tecido nervoso e tomando forma, e nome, e até mesmo personalidade. De dentro de mim surgiram dragões e anjos. Sol e Lua saíram de órbita e brigavam pelo mesmo espaço. O obscuro estava a mostra, ao lado do arco-íris, ou talvez a baixo dele. Não era o bem e o mal, era apenas eu comigo mesmo. E em meio a todas essas dualidades pessoais, houve um indício de consciência que ameaçava surgir de algum lugar para esclarecer melhor e refazer as conexões.

Era um momento para conectar, e não de separar essas dualidades. Um momento de ouvir o grito, muitas vezes silencioso, de dentro da alma e permitir que esse grito tenha voz e seja ouvido. Se causa desconforto? Sim, e muito! Até mesmo físico. Ora, se somos resquícios de poeira cósmica, ainda somos poeira. Estamos conectados com tudo e com todos. A energia em descompasso de um pode alterar (e altera) o universo ao seu redor. Mas é preciso trocar as cascas e se adaptar ao mundo que se tem em volta. Digamos que seja um processo necessário, que as vezes pode ser doloroso.

Quando percebi isso tudo, o que antes era um indício de consciência, agora já tinha tomado forma e já havia tratado de desanuviar os tais pensamentos. E foi aí que percebi o que de fato aconteceu:

Eu quis um presente para esse ano novo. Eu quis um mundo diferente, uma vida diferente e o Universo ouviu e tratou de cuidar disso pra mim. Só que é preciso mudar também para poder receber esse presente. Não podemos querer o novo se continuarmos com os mesmos padrões, conexões e procedimentos. Há que se pagar o preço de seus sonhos ou desejos, e o auto-conhecimento é um preço alto, que muitas vezes não estamos preparados para pagar.

Se queremos sair do lugar, basta dar o primeiro passo. E depois vem outro, e outro, e outro... Se eu mudo o foco, eu mudo também. O foco muda e eu mudo. E daí já não somos mais os mesmos. Sei que eles estão ali, dentro e fora de mim, as minhas dualidades e pensamentos. Mas como eu disse: já dei o primeiro passo. Se valeu a pena?


O Universo vai me responder.